terça-feira, janeiro 08, 2008

É Forçoso Entoar uma Despedida

Tem horas em que as flores, a música da noite, os bares, a visão das belas mulheres — tudo, enfim, compõe-se numa perda que avulta, vem sobre mim no negrume de um assalto inevitável, e prancha-me na cara a vertigem desta realidade: o meu tempo passou!! O sentido das coisas foge, a alma voa, refugia-se em criptas escuras, frias.

Esta imagem só me dá descanso em alguns breves intervalos de tempo, principalmente naqueles em que eu não estou só... aí, eu até pareço alegre: engano bem! Meus pés mal suportam pisar os escombros de tantas possibilidades; sei que devo resignar-me: submergir os sonhos, não mais olhar estrelas à noite, e entoar uma despedida.

Um comentário:

Alessandra Espínola disse...

Parece, além de despedida, um aceno de "encontro" do seu navio e outro quando se cruzam em alto mar escuro, livre, vasto, vazio. O céu em botão ainda gerando estrelas. Aceno de cá na minha nave louca!