terça-feira, julho 04, 2006

Das relações... Instâncias do Amor.

Roland Barthes, no seu livro "Fragmentos de um Discurso Amoroso" (Ed. Martins Fontes, S.Paulo, 2003) resgata instantes críticos da relação amorosa expressos na linguagem do "sujeito amoroso" através dos tempos. E quando Barthes fala do Abraço, "o sonho da união total com o ser amado", surge uma sublime definição do amante:

"Além do acasalamento (aos diabos com o Imaginário), há este outro abraço, que é um enlaçamento imóvel: estamos encantados, enfeitiçados; estamos no sono sem dormir; estamos na volúpia infantil do adormecer: é o momento das histórias contadas, o momento da voz que vem me hipnotizar, me siderar, é o retorno à mãe... durante esse abraço infantil, o genital acaba por surgir; ele corta a sensualidade difusa do abraço incestuoso; a lógica do desejo põe-se em marcha, o querer possuir retorna, o adulto se justapõe à criança. Sou então dois sujeitos ao mesmo tempo: quero a maternidade e a genitalidade.(O amante poderia ser assim definido: uma criança de pau duro; assim era o jovem Eros)"

2 comentários:

Anônimo disse...

E quem não quer?! Maravilhoso texto! Um abraço!

Anônimo disse...

Carlos e quem não deseja isso? Creio que muitos, mas poucos terão a coragem de dizer.Feliz 2007, beijos.