Fragmentos poéticos...
A Geografia do meu Rosto — Errâncias...
Assim, assim... cerra os teus olhos úmidos,
Deixa livres como uma pluma os teus pensamentos,
E tateia o meu rosto com a maciez de teus lábios;
Explora os desvãos do relevo de minha face — sinta-me!
Eu te respiro... te alucino em cada movimento,
Deixo-me tocar profundamente, como quem vai
Para longe de si, para além da teia dos tormentos,
E entrego-me assim, langue, ao teu carinho;
Eu te peço: analisa-me, desvenda-me — sinta-me!
Quero que descubras sendas ocultas de mim,
E na lenta fervura do inferno das penas de mil escolhas,
Desveles os caminhos da geografia do meu rosto!
Síntese da revolta de forças de telúricas profundezas
Prestes a desencadear uma erupção incandescente,
O meu choro brota quente, e percorre esses caminhos
Até queimar em meu rosto... eis-me em tuas mãos!
segunda-feira, julho 03, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Lindo toda vida e é algo inteiro mesmo sendo fragmento, e olha que és muito mais que isso que escreves...puxa! Deixou fractal belo e imenso de si mesmo pra que eu possa admirar e "conectar-me". Meus olhos úmidos e meus dedos ávidos te tocam pelas palavras?! Eu te sinto! É uma força branda, constante e firme, tu(a) poesia transcende porque telúrica!
Esse texto é especialmente lindo, gosto muito dele, vou apreendendo teu lírismo! Bjs
Postar um comentário