quinta-feira, novembro 30, 2006

Ao espelho... Plexos da dor

...A dor tem hora marcada
Para sair de dentro da gente?
Até deveria de ter,
Mas não tem não!

Seria tão bom, tão bom
Se eu pudesse determinar
A hora para que ela saísse...
Viajando meus olhos adentro,
Eu clamaria ao espelho:

“Não, minha dor, ainda é cedo
Não cumpriste todos os circuitos,
Regiões do meu ser ainda te aguardam!”

Poesia serve para isso, para voar sobre abismos... ou não? Para que serve a poesia? Para curto-circuitar sentimentos? Para aproximar-te de mim? Para te afastar de mim? Para que serve a poesia? Por que eu penso que sei o que é poesia, mas quando a olho de perto, eu vejo que não sei? Por que sou sempre ambígüo embora esteja sempre cheio da intenção de ser direto? Por que eu penso que sei o que é o amor, mas quando o tenho, não o enxergo e só o sinto quando o perco? Por que o amor é a falta de... e nunca a plenitude de... ?? Para que viver, afinal? Para quê?

6 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia Carlos.E que sua poesia possa ser lida, vista e sentida em todo tempo e lugar até nos açougues (pq não).Beijos.Maravilhoso começo de Dezembro.

Anônimo disse...

Talvez porque uma vez humano ficamos preso a esta dualidade, porque somos marcados por uma falta radical: falta "ser" então tentamos prencher nosso baú com muitas informações que não conseguimos transformar em sabedoria, que não conseguimos colocar em ato na vida.Depos, quanto mais conhecimento, quanto maior conscientização maior o sofrimento.Mas eu vejo uma saída, estou encontrando uma saída pra mim, até o próximo paredão.Até o próximo paredão...Sabemos...
Gosto de ler o que escreve.Sinto-me acompanhada.
Beijos da Lu.

Anônimo disse...

Estou rindo... você já vem com as respostas (que são perguntas) pra mim... mas não é que era tudinho isso aí que eu bem ia te perguntar? (rs) Talvez se a dor tivesse hora marcada, doeria muito mais a dor. Maravilhoso! Um beijão!

Anônimo disse...

Creio que tudo vem do diacho do SER e do diacho da SERVENTIA. Queremos ser isso ou aquilo, os outros querem que a gente seja, mal nascemos e já querem saber o que serenmos quando crescermos. Adoraria encontrar uma criança que respondesse: NADA! Quero ser nada.__E estabeleceu-se que tudo tem que ter serventia, utilidade. Então, duas coisas sempre me atormentaram! A definição do que SOU e a publicação do PRA QUE SIRVO. Ora, bolas! É desonesto responder a ambas perguntas que NÃO SEI?__Vc é maravilhoso, Carlos. E é da turma dos que nada sabem....rssss__Beijos, cafuné. Kathleen ML

Anônimo disse...

A dor dói, marca,
Na passada hora,
Ora, a dor não marca hora,

Não espaço no dia,
Se passa do tempo aqui dentro…
De onde vem o alívio, o conforto?

Vem caminhando no meio estrada,
No fluir… do leito do rio,
No limpar dos olhos,
Com lágrimas.

Silvia Chueire disse...

A poesia não serve. A nada nem a ninguém. Está no mundo. Nós a vemos porque temos olhos para a ver.